terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Quando....


Tristeza, raiva, angústia, rostos pálidos. O caos, sim, um caos geral entre nossos instintos animais, humanos e espirituais.

As vezes a vida parece realmente o quadro de Picasso (Guernica), que embora retrate uma guerra específica, não deixa de mostrar a nossa guerra diária para sobreviver.

Quando eu penso nos meus últimos dias, eu vejo que abriu-se uma caixa de pandora, que tudo se transformou em confusão e esperança. Sim, todos os dias encontro  uma grande confusão entre a realidade e a expectativa, entre o sim e o não, o maldito certo e o bendito errado.

Não sei se a tecnologia e a proximidade das pessoas em excesso que causou isso. Antigamente, não tinha notícias nenhuma de minha família e nunca brigava com eles. Hoje, todos os dias posso desejar bom dia, mas infelizmente as discussões também são constantes.

Também penso que as vezes é bom se distanciar de tudo e fugir. Hoje mesmo estou doida para pegar o primeiro avião com destino a felicidade e fugir dessa minha realidade que não está nada boa. Mas já sei que ao desembarcar do avião, me depararei com a solidão consequente de meu ato.

Não aguento mais essa solidão causada pela minha força forçada. Não aguento mais a falta de afeto e compreensão das pessoas em não enxergar que tudo que eu mais quero é um colo, que eu não sou nada forte, pelo contrário, mas sou corajosa.

Cansei. Gostaria de ter a família dos sonhos. Gostaria de chegar em casa e ter quem pule de alegria ao me receber, quem esteja lá de braços abertos pra ouvir que eu tenho medo e me empurrar pra frente.

Infelizmente, não pude escolher a família que tenho. E digo infelizmente mesmo. Porque eu não aguento mais cobranças tolas sobre ausências e carências sendo que ninguém me liga, ninguém me procura, ninguém se preocupa mais do que com seu próprio umbigo.

Sei que eu não sou a melhor irmã, filha, prima, sobrinha e tia do mundo. Mas eu sou assim, incompleta como todas mulheres da minha vida, e os poucos homens que temos.

Sou infeliz sim por ter essa família louca que ao invés de me dar carinho, só me dá patada e depois, vem cobrar que eu pegue no colo. Desculpa, mas a gente só dá aquilo que a gente tem e isso eu não tenho. Não me recordo de ninguém me dando carinho, de ninguém me dando apoio, de ninguém me colocando pra frente em nenhuma decisão que tomei na vida!

Você pode pensar que é egoísmo da minha parte. Mas coloque a mão na consciência antes de me julgar e veja que eu ainda sou aquela menina que chorava pelos cantos e que todo mundo deixava de lado e nunca tentou entender, que eu sou aquela menina esquecida que ninguém pegou no colo pra dizer: calma, tudo vai ficar bem!!!

Estou cansada, muito. Levemente irritada. Profundamente chateada e quando penso, não acho uma solução além de aceitar e me conformar com o que eu tenho. Mas e eu? Quando é que vocês vão me aceitar do jeito que eu me transformei pra sobreviver?

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